Pessoas lindas do meu coração!! Antes de qualquer outra coisa, quero pedir mil desculpas a vocês pelo sumiço. O que acontece é que tem momentos na nossa vida que parece que tudo fica tão bagunçado, mas tão bagunçado, que temos que parar e respirar. Esse tempo é importante porque senão coisas que te davam um imenso prazer passam a ser somente mais uma obrigação, e isso definitivamente não é legal. Mas enfim, após essa enorme pausa, estou de volta firme e forte.
E pra voltar com chave de ouro, queria mostrar pra vocês um texto super interessante que saiu na revista Elle desse mês, ou seja, Elle Dezembro/2013. O texto é do antropólogo Ted Polhemus.
"O Futuro da Moda"
"Eu nasci em 1947. Assim também (e com um pouco mais de emoção da mídia) nasceu o New Look, de Christian Dior. Com cinturinha marcada e saia godê, ele foi uma afirmação de que a guerra tinha acabado e, após anos com as mulheres trabalhando em escritórios e fábricas, era chegado o momento de as mulheres parecerem novamente mulheres. E isso foi o New Look: ou você o tinha e andava na marcha da moda ou ia morar em um convento.
1964, mesma história. Aproveitando a deixa da Swinging London, de Mary Quant, as saias foram subindo para alturas de fazer cair o queixo. Minha mãe resmungou sobre a "moda frívola" daquele tempo, mas uma noite, quando a família se sentou na sala para assistir TV em preto e branco, ela pegou o kit de costura e subiu a bainha de alguns vestidos e saias. Por um lado, simplesmente não havia escolha. Ou ela se conformava com os ditos do sistema ou ficava para trás.
Em 2013, qualquer ditadura fashion como essas, do tipo esse look é in, esse look é out, soa estranha. Na verdade, não seria este o momento perfeito para se perguntar se old school, ultrapassado e fora de moda finalmente saíram de moda? Qual é o novo visual para 2014, então? Qualquer coisa e todas as coisas seria o meu palpite. A revolução aconteceu sem que um tiro fosse disparado - e uma revolução que está mudando a vida de milhões, até bilhões de pessoas ao redor do mundo. Nunca antes na história da humanidade, desde o
Homo sapiens, tivemos tanta liberdade para escolher o que vestir. Durante a maior parte da história humana, a tribo ou a tradição estabeleceram limites precisos sobre a aparência. Até que a moda, com sua montanha-russa, que a cada temporada decretou o que era in e o que era out, surgisse e fizesse até a minha mãe, no subúrbio da América, fazer o que lhe era dito.
Mas agora é só olhar ao redor. Na passarela, aqui, nas páginas da ELLE, nas ruas. Diversidade e escolha substituíram a direção única. Estamos provando e misturando marcas diferentes, estilos diferentes, velho e novo, elegância cara e barato alegre. E, nesse processo, estamos fazendo uma declaração visual, dizendo ao mundo onde nós estamos. E, mais importante, afirmando que somos todos complexos, multifacetados, não facilmente categorizados, únicos.
Uma vez experimentada a emoção do "faça você mesmo", é improvável que voltemos à posição de vítimas da moda. 2014 tende a ser o momento em que o pêndulo vai oscilar totalmente para longe daquela época em que os consumidores faziam o que lhes era dito e corriam para comprar determinado tom de rosa-pastel ou jaquetas com ombreiras enormes. E esse é um momento global. Por centenas de anos, Paris deteve o monopólio sobre todas as coisas chics, mas, finalmente em 2014, acredito que qualquer, e todo lugar, se tornará uma fonte potencial de inovação de estilo. Será o ano em que os indivíduos reais começarão a substituir as modelos em sua caminhada entediada pelas passarelas. Por falar nela, nós realmente precisamos do número cada vez maior de "semanas de moda", que os principais jornalistas simplesmente não têm tempo nem energia para cobrir? Talvez seja a hora de tentar uma nação "emergente"que hospede todos os desfiles ao mesmo tempo e em uma única cidade. Ou que tal usar aquela coisa novíssima chamada internet? Não poderíamos em 2014 dar a todo mundo uma chance de mostrar o que tem a oferecer? A moda já foi revista de cima para baixo pelos consumidores. Agora é a hora de dar mais oportunidade a todos os designers talentosos, não só àqueles com um pai rico ou um patrocinador que financie um desfile."
Gente, nem preciso dizer muito, somente que concordo totalmente com tudo o que tá escrito, e vocês?
Alliny